Juramento de bandeira

Lembrei-me de quando entrei para a Berliet em Vénissieux-Lyon. Já lá vão mais de quarenta anos. No meu primeiro dia, se bem me lembro, não cheguei a trabalhar. Fui levado com outros recém-“embauchés” para um local da empresa onde nos mostraram diapositivos com imagens dos diversos serviços, secções, oficinas. Falaram-nos da história da empresa, da sua importância na região, no país, na economia francesa. Depois, foi uma visita de estudo às instalações.
Era visível a preocupação com a integração naquele grande colectivo (na altura, a Berliet teria cerca de 11 mil trabalhadores). E a fábrica, a “minha” fábrica, era realmente um mundo, com refeitórios, enfermarias, biblioteca e mediateca, com um Comité de Empresa, onde os trabalhadores tinham uma representação importante, com sindicatos extremamente activos e delegados sindicais que eram fiscais das condições de trabalho e advogados dos outros trabalhadores.
Hoje, segundo julgo saber, já nada é assim. Só não sei se lá, como no Japão, já é preciso jurar fidelidade ao patrão.