O MELHOR ATAQUE É A DEFESA
Sim, sim, eu sei. A frase-feita é “a melhor defesa é o ataque”, mas o inverso também resulta. Para alguns. Entre os quais, os nossos governantes, muita gente da área do arco da governação (nova fénix renascida), muita gente que receia moderadamente o abismo, papão muito ao gosto dos esquerdalhos, numerosos comentadores televisivos, o Senhor Almirante e outra gente mais.
Vamos ao que importa: o empanzinamento do orçamento da defesa, longe de ser um factor de restrição calórica dos orçamentos da saúde, da habitação, da educação, da cultura et alia, é um poderoso estímulo à economia nacional, visto que, se uma parte desse orçamento é efectivamente investida em armas, munições e outros meios de sobrevivência da espécie, outra parte dele será canalizada para indústrias, nomeadamente na área das tecnologias mais avançadas, que vão empregar mais gente e contribuir significativamente para o aumento do nosso PIB. Ou seja: quanto mais armas produzirmos, melhor nos defenderemos e, por acréscimo, melhor viveremos. O investimento na indústria da guerra é percebido pelos investidores, e accionistas em geral, como um óptimo meio de proporcionar ao povo férias de sonho nas Maldivas ou em Vilamoura. E a percepção é importante, como sabemos. Os eventuais efeitos colaterais desse magnânimo desígnio, como sejam o caminhar efectivo para o abismo e a eliminação física de pessoas desse modo impedidas de fruir das Maldivas ou de Albufeira, é um pormenor apenas daquilo que foi, é e sempre será o destino da humanidade, segundo gente bem informada. Podemos, pois, agradecer aos nossos egrégios governantes a sua sábia governação. E dizer, com o General Millan-Astray: «Viva la muerte!»